O atual momento econômico e as perspectivas para 2024 sobre a ótica do mercado imobiliário
O cenário econômico atual no Brasil está interligado aos dados inflacionários dos Estados Unidos e ao cenário político interno, com os investidores acompanhando o risco fiscal devido à eventual mudança da meta de 2024.
Esses fatores influenciam diretamente a velocidade da queda da taxa básica de juros (SELIC), que já vem ocorrendo nas últimas reuniões do COPOM e que é consenso que vai continuar a ocorrer, dada a projeção do Boletim Focus do Banco Central que projeta SELIC a 11,75% ao final de 2023 e 9,25% ao final de 2024.
Em razão disto, os investidores passam a ter mais cautela e a velocidade de recuperação do mercado fica mais lenta (e não incerta, pois vai ocorrer em algum momento próximo conforme projetado).
O mercado imobiliário necessita de grandes investimentos para girar o ciclo do negócio, desde recursos às incorporadoras para lançarem os seus projetos e entregar os que estão em curso, como para o cliente final que necessita de financiamento para aquisição de imóveis com taxas e parcelas adequadas à renda.
Na falta de investimentos para as incorporadoras e de boas taxas de juros e de condições adequadas a viabilizar uma parcela que caiba no bolso do comprador, hoje vivemos um momento em que a classe média aguarda para concretizar a compra de imóvel, seja para morar ou investir, sendo que as incorporadoras precisam lidar com o estoque de imóveis prontos ou sendo entregues e postergar novos lançamentos.
Para 2024, acreditamos que o cenário econômico externo e político interno devem ficar mais claros, possibilitando ocorrer as reduções na taxa básica de juros, o que irá impulsionar o crédito imobiliário e aquecer o mercado de incorporação com o aumento da velocidade de venda dos imóveis para morar e investir.
Armando Botelho
Diretor Comercial da Creditú, fintech de crédito imobiliário que visa democratizar o acesso ao crédito e que está presente no Brasil, Chile e Perú.
